1972 – 1975
É
num clima de grande entusiasmo, que em 1972 o associado António Baptista de
Almeida assume a presidência, integrado num elenco directivo mais jovem, em que
a possível falta de experiência no movimento regionalista, foi largamente
compensada pelo entusiasmo e capacidade de iniciativa de quem deram mostras.
Porém, cedo esta direcção se deparou com o primeiro revés; no cumprimento do
serviço militar, o vice-presidente Armindo de Almeida Alves vem a ser vítima de
um trágico e fatal acidente. A dedicação à colectividade, o conhecimento que
detinha sobre os assuntos, aliados à sua juventude e inteligência tornavam-no
um elemento preponderante na vida da União à qual estava ligado desde a
fundação.
O jovem Vitor Manuel Pimenta Gaspar, ocupa a vice-presidência e tem a tarefa de
enquadrar os jovens do Cadafaz nos objectivos da colectividade.
Em 1973 a juventude está organizada na Secção Juvenil e com a irreverência
própria dos jovens vai promover actividades inéditas na tradição do movimento
regionalista: o teatro, cinema, actividades desportivas (xadrez, damas,
futebol, andebol e campismo) e avança na publicação de um Boletim Informativo –
UNIDADE –, onde naturalmente proporcionam alguma polémica, pois os seus
promotores eram jovens e alguns leitores menos sensíveis à compreensão destes
fenómenos de conflitos de gerações.
São os jovens da Secção Juvenil que na Casa da Comarca de Arganil promoveram
reuniões entre as comissões de juventude das colectividades (Cadafaz, Colmeal,
Cortes, Porto Castanheiro, Monte frio, Ribeira Celavisa, Roda Fundeira) com o
objectivo de criar um órgão colegial que na altura se chegou a pensar ser a
União da Juventude da Comarca de Arganil, estrutura que nunca viria a encontrar
forma de materializar os seus objectivos mas que permitiu uma troca de
experiências e nalguns casos de colaboração inter-colectividades que se
revelaram positivas.
Ao mesmo tempo a direcção reorganizava e modernizava todo o sistema
administrativo e dava passos significativos no processo dos arruamentos.
Promoveram-se obras tendentes a servir de apoio à realização do piquenique na
Boiça, em Cadafaz.
O 25 de Abril de 1974, e as transformações sociais e políticas que são operadas
no país, criam um clima de euforia e de grande participação popular em todos os
órgãos colectivos, manifestação que se reflecte também na União e no Cadafaz.
No Cadafaz vem ser constituída uma Comissão de Moradores e por iniciativa dos
mais jovens um movimento visando uma actividade promotora de acções desportivas
e culturais. Este movimento nasce fora da área de intervenção da colectividade,
no entanto a vontade de manter unidos os cadafazenses permitiu a sua integração
nos órgãos da União sob a designação de Comissão de Dinamização Recreativa e
Desportiva.
O velho sonho dos cadafazenses e da colectividade da criação de uma Casa de
Recreio vem a concretizar-se com a aquisição pela União da antiga Escola
Primária de Cadafaz.
Assiste-se a uma dinâmica extraordinária e a um grande incremento da actividade
associativa; em Lisboa e Cadafaz o ritmo das realizações é intenso. A Casa de
Recreio é equipada com uma aparelhagem, televisão, mesas, cadeiras, jogos.
Os piqueniques, almoços e excursões contam sempre com elevada participação,
resultado deste estado de espírito e também da melhoria significativa do poder
económico das populações, face aos aumentos dos salários e das reformas.
A União vem a suportar a comparticipação dos trabalhos de reforço do sistema de
iluminação pública, processo que a colectividade havia desencadeado junto dos
órgãos competentes.
Criam-se novos objectivos: beneficiação da Casa de Recreio, acessos ao Moinho
Eléctrico, alargamento do largo de Stº António.
O desencadear das acções tendentes à beneficiação das instalações da Casa de
Recreio, nomeadamente a construção de balneários, vem a estar na base de
algumas incompreensões das quais resultou o afastamento dos órgãos sociais da
colectividade do Sr. António Baptista de Almeida.
O projecto de beneficiação de arruamentos de Cadafaz entretanto aprovado e
comparticipado pela Administração Central e posta a Concurso Público a respectiva
empreitada, coloca a necessidade de garantir a continuidade do trabalho, e de
encontrar nova equipa directiva, face à recusa do seu presidente em assumir
mais mandatos.
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Acampamento na Boiça - Secção Juvenil |
União
Recreativa do Cadafaz, 25 anos da União Recreativa do Cadafaz 1962-1987, Lisboa,
1987